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Reforma Tributária: o que muda e como sua empresa pode se preparar

Reforma Tributária: o que muda e como sua empresa pode se preparar

As regras do jogo estão mudando — e entender agora pode fazer a diferença no futuro do seu negócio

A tão aguardada Reforma Tributária finalmente saiu do papel e está em fase de implementação no Brasil. A proposta, que tramita há décadas, busca simplificar o sistema de impostos — considerado um dos mais complexos do mundo — e promete transformar a forma como empresas e consumidores lidam com a tributação.

Mas, afinal, o que muda na prática? E o que você, empresário, precisa saber desde já para não ser pego de surpresa?


O que é a Reforma Tributária?

É uma reestruturação nas regras de cobrança de tributos no Brasil. O objetivo principal é simplificar, unificar e tornar mais justo o sistema tributário, reduzindo a burocracia e aumentando a transparência.


Principais mudanças da Reforma Tributária

1. Fim de cinco tributos e criação de dois

Hoje temos uma “colcha de retalhos” de impostos, como PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS.
A proposta é unificar esses tributos em dois novos impostos:

  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal)
  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): unificará PIS, Cofins e IPI (federais)

Essa unificação cria o modelo de IVA (Imposto sobre Valor Agregado), muito comum em outros países.

2. Tributação no destino (e não na origem)

Hoje, o imposto é cobrado de onde a empresa vende. Com a reforma, será cobrado onde o consumidor compra. Isso deve reduzir a guerra fiscal entre estados.

3. Imposto mais visível e transparente

A ideia é que o valor dos tributos esteja claro para empresas e consumidores — menos “imposto embutido” e mais clareza na carga total.

4. Cashback para baixa renda

Pessoas de baixa renda poderão ter parte dos tributos devolvidos, ajudando a tornar o sistema mais justo.


Quando essas mudanças entram em vigor?

A transição será gradual:

  • 2026: Início da cobrança dos novos tributos (CBS e IBS) junto com os antigos
  • 2027 a 2032: Fase de transição, com extinção progressiva dos tributos antigos
  • A partir de 2033: Sistema 100% novo em funcionamento

Ou seja, sua empresa tem tempo para se adaptar — mas é melhor começar desde já.


Como sua empresa será impactada?

Isso depende do seu setor, regime tributário e modelo de negócio. Mas, de forma geral:

  • Empresas precisarão revisar precificação e contratos
  • Sistemas de gestão (ERP, financeiro, fiscal) precisarão ser atualizados para os novos tributos
  • Haverá impacto no fluxo de caixa, já que o crédito de impostos funcionará de outra forma
  • Negócios que dependem de benefícios fiscais estaduais e municipais podem perder algumas vantagens

O que fazer agora?

  1. Converse com seu contador ou consultoria fiscal
    Entenda como as mudanças impactam o seu setor e o seu regime tributário.
  2. Acompanhe as atualizações oficiais
    Muitos detalhes ainda estão sendo definidos, inclusive alíquotas e exceções.
  3. Treine sua equipe
    Principalmente quem atua nas áreas fiscal, contábil, comercial e administrativa.

E o Simples Nacional?

Empresas optantes pelo Simples Nacional continuarão nesse regime, pelo menos por enquanto. No entanto, existe discussão sobre possíveis ajustes no futuro. Vale acompanhar de perto.


Conclusão

A Reforma Tributária não é só um assunto “de Brasília” — é uma mudança que afeta o dia a dia de todas as empresas do país. Entender agora, planejar e se adaptar aos poucos pode ser o diferencial entre quem sofre com a mudança e quem aproveita para melhorar sua gestão e sua competitividade.

📌 Seu sistema está preparado para lidar com um novo cenário tributário? Sua empresa está atualizada sobre os impactos? Agora é a hora de se organizar.